Artigo

Pe. Carlos Henrique Dias

CUIDAR E RESPEITAR A NOSSA CASA COMUM

Por Pe. Carlos Henrique Dias

 

As mudanças climáticas, impulsionadas pelo aquecimento global e outras ações humanas com consequências diretas na natureza têm sido um recorrente assunto nos últimos anos. É fato que estamos atravessando um tempo de mudanças que afetam diretamente a nossa vida. Mudanças na forma de nos comunicar, relacionar, nos valores que nos orientam e principalmente na relação que nós temos com o nosso planeta terra.

 

Diante de um momento de incertezas, principalmente com as transformações climáticas que estamos vivendo, a Igreja convoca a juventude nesse ano a refletir justamente sobre essa temática. O Dia Nacional da Juventude que celebraremos nos regionais de nossa Diocese terá como tema “Juventude e Nossa Casa Comum”, com o lema “Vou criar novo céu e nova terra”, Is 65, 17.

 

É um clamor que a Igreja faz aos jovens a se questionarem: como devemos nos relacionar com a natureza e com a mãe terra? Qual tem sido nossa postura diante dos recursos naturais? Temos usurpado descompromissadamente estes recursos ou buscado o equilíbrio?

 

Toda ação gera uma reação. Nossas atitudes de hoje têm consequências diretas no amanhã. Não precisamos ir longe para vermos que atravessemos tempos difíceis: escassez de água, rios e córregos que deixaram de existir, desertificação, queimadas, agrotóxicos e poluição do ar, solo e água.

 

E para os jovens nosso Papa Francisco nos dirige seu clamor na encíclica Laudato Si, onde a atitude principal será o cuidado, a fraternidade universal, o respeito a cada ser pois possui valor intrínseco e com a aceitação da inter-relação de todos com todos.

 

Só que não é isso que está acontecendo e nem o que estamos buscando fazer. A ganância, o consumismo, o desrespeito com a vida, são atitudes que precisamos rever, pois nosso planeta sofre, estamos destruindo a nossa própria casa, nos autodestruindo. A juventude tem um importante papel, pois são portadores do futuro, se não revermos nossas ações hoje, imediatamente, não saberemos como o será o amanhã, o futuro será incerto.

 

Os jovens são chamados a serem então os protetores da vida! Zelar a natureza com o zelo de Deus. Não podemos ver a natureza como algo separado de nós. Pelo contrário, fazemos parte dela!  Não existe uma divisão homem – natureza: é preciso romper com essa mentalidade, pois nós fazemos parte da natureza, integrados como criaturas de Deus.

 

Como portadores do amanhã a juventude é convocada a rever valores e posturas.  Despertar na humanidade a ética do amor e da justiça, e nos convertermos para a ética do cuidado: cuidado com o outro que se traduz com o cuidado com a natureza, pois todo o planeta, toda criatura de Deus, é nosso irmão e nossa irmã. Destruir a natureza é seguir um caminho que leva a morte. E não é esse o caminho que Deus quer que sigamos.

 

Que a juventude ouça o convite que o Papa Francisco insiste na Laudato Si: participarmos da beleza de sua criação, pois toda a natureza, como criatura, também louva o Senhor.