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04.12.2020

Ano da Iniciação à Vida Cristã

Diocese de Cachoeiro de Itapemirim já vivencia novo ano com ações dedicadas à catequese


Após um ano de intensos trabalhos, a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim concluiu, em 31 de outubro, o ciclo do Ano Missionário Jovem. Mas a santa missa, presidida por Pe. Walter Luiz Altoé (Administrador Diocesano) não significa que o ano foi “encerrado”.

 

A essência do Ano Missionário Jovem permanece em nossas Comunidades Eclesiais de Base e seu objetivo deve permanecer sempre vivo: a importância da missão e das ações pastorais, assim como a relevante participação dos jovens no protagonismo da Igreja.

 

E como foi definido na Assembleia Diocesana de 2018, após um ano dedicado às missões e à juventude, a Diocese de Cachoeiro voltará suas atenções agora para a Iniciação à Vida Cristã. Com isso, já estamos vivenciando, e continuaremos vivenciando em 2021, o Ano da Iniciação à Vida Cristã, segundo a inspiração catecumenal.

 

No texto abaixo, o Pe. Andherson Franklin Lustoza de Souza (coord. de Pastoral e coord. da Equipe Diocesana de Catequese de Iniciação à Vida Cristã) explica a proposta deste novo ano no qual as paróquias e Comunidades Eclesiais de Base da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim irão se focar. O texto também está disponível na edição 108 da revista “O Pescador”.

 

Acompanhe:

 

O Caminho de Iniciação à Vida Cristã

e o nascimento da discípula missionária

 

A Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, a partir de sua última Assembleia Diocesana (2018), assumiu que o ano de 2021 será dedicado ao caminho de Iniciação à Vida Cristã, segundo a inspiração catecumenal. Uma proposta da Igreja do Brasil que reconhece a necessidade de repropor caminhos mais fecundos e eficazes para a formação catequética, no intuito de formar verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, sinais do Reino de Deus na Igreja e na sociedade. Tal proposta tem como ícone e imagem inspiradora o encontro e o diálogo de Jesus com a mulher samaritana, encontrado no quarto capítulo do Quarto Evangelho, conhecido como o Evangelho de João. 

 

A cena descrita no texto evangélico segue os passos de uma verdadeira Catequese de Inspiração Catecumenal, na qual, passo a passo, a identidade de Jesus é revelada diante daqueles que acompanham o diálogo instaurado entre Ele e a mulher samaritana. Desde o primeiro momento, Jesus é quem provoca e inicia o diálogo, dirigindo-se à mulher que vem ao poço procurar água. O interesse do autor do relato é o de manifestar quem é Jesus, figura central do texto, e indicar que é no encontro com Ele, doador da água viva, que a sede de todo homem é aplacada.

 

O texto do Evangelho oferece aos leitores informações importantes a respeito da identidade de Jesus, que partem de sua humanidade até chegar à manifestação plena de sua divindade. Logo no início, Jesus é apresentado como um homem que chega cansado e sedento ao poço, igual a todos os que por lá passavam (v. 6). No diálogo com a mulher samaritana, por suas palavras, sabemos que Jesus era judeu, o que oferece mais uma informação a seu respeito (v. 9). Na mesma direção, ao referir-se ao poço de Jacó, o Senhor é colocado em relação ao patriarca, que tinha dado aos samaritanos o poço de água do qual ele mesmo se serviu (v. 12). Seguindo o diálogo, Jesus interroga a samaritana sobre o seu marido e esta revela parte de sua vida ao dizer que não tinha nenhum. A resposta do Senhor a tal afirmação é direta e toca o coração da mulher que o reconhece como profeta, apresentando, assim, mais uma informação sobre a identidade de Jesus (v. 19). Sobre esta questão, é importante ressaltar que o discurso travado neste ponto, entre Jesus e a mulher, dá-se num âmbito religioso e não moral, pois a palavra marido, encontrada no texto, é a mesma utilizada para identificar os deuses estrangeiros. Algo que indica que a pergunta de Jesus referia-se a qual deus a mulher seguia, visto que na região dos samaritanos eles cultuavam pelo menos cinco diferentes. No final do diálogo, Jesus se apresenta como o Messias, algo que tocou o coração da samaritana e possibilitou que ela fizesse a sua experiência profunda com o Senhor (v. 27-27). Neste momento, ela deixa para trás o cântaro que lhe servia para buscar a água, indicando que ela já tinha sido saciada pela água viva, momento no qual ela se dirige aos seus para anunciar-lhes o que tinha recebido do Senhor. O relato conclui-se com a presença dos samaritanos reunidos ao redor de Jesus e o reconhecimento deles, para além das palavras da mulher, de que Ele era o salvador do mundo (v. 42).

 

A cena do Evangelho é construída a fim de que os que dela se aproximam possam fazer a mesma experiência que fez a mulher samaritana ao deparar-se com Jesus. Demonstrando o caminho catequético proposto pela comunidade dos primeiros cristãos para formar novos discípulos missionários de Jesus Cristo. Algo que deve questionar o modo como a Igreja hoje introduz os seus filhos e filhas no caminho da fé, levando a uma postura mais madura na formação dos cristãos.    

 

A Igreja do Brasil, diante dos desafios de uma sociedade em constante mudança de época, assume a proposta da Iniciação Cristã de Inspiração Catecumenal como um caminho a ser trilhado. Algo que a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim acolhe e reconhece como necessário, a fim de que no coração das suas muitas Comunidades Eclesiais de Base, novos discípulos e discípulas de Jesus Cristo sejam formados. Tal proposta requer o empenho de toda a Comunidade e não somente dos catequistas, no acompanhamento e formação das crianças, jovens e adultos, superando a simples preocupação de comunicar conteúdos e práticas, por meio da apresentação da pessoa de Jesus Cristo, de sua proposta e de seu caminho de discipulado missionário.

 

 

 

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