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15.08.2014

Viagem Apostólica à Coreia do Sul.


O segundo encontro do Papa, em terras coreanas, foi com as autoridades e diplomatas do país. De fato, ao deixar o Palácio Presidencial de Seul dirigiu-se à sede da Conferência Episcopal Coreana, onde se reuniu com todos os 35 Bispos das 16 dioceses existentes no país.


No discurso que pronunciou aos seus irmãos no episcopado, o Papa Francisco saudou e agradeceu a presença de todos e disse ser “uma bênção para ele estar ali e poder conhecer pessoalmente a vida dinâmica da Igreja na Coreia.


Aos pastores presentes, o Papa recordou-lhes a sua missão de cuidar do rebanho do Senhor como guardiões das maravilhas que Ele realiza no seu povo. Cuidar do rebanho ou do povo de Deus é uma das tarefas específicas, confiadas a cada Bispo.


A seguir, o Santo Padre passou a refletir, como irmão no episcopado, sobre dois aspectos principais do cuidado do povo de Deus naquele país: ser “guardiões da memória” e “guardiões da esperança”.


A beatificação de Paul Yun Ji-chung e dos seus companheiros, que o Papa vai presidir no próximo sábado em Seul, será uma ocasião para agradecer ao Senhor que, a partir das sementes lançadas pelos mártires, proporcionou uma colheita abundante de graça naquela terra. “Os senhores são os descendentes dos mártires, herdeiros do seu heróico testemunho de fé em Cristo. Além disso, são herdeiros de uma tradição extraordinária, que teve início e cresceu amplamente graças à fidelidade, a perseverança e o trabalho de gerações de leigos. É muito significativo o fato de que a história da Igreja na Coreia tenha começado com um encontro direto com a Palavra de Deus”, explicou o Papa.


Hoje, afirmou o Papa, a fecundidade do Evangelho na terra coreana e a grande herança transmitida por seus antepassados na fé podem-se reconhecer no florescimento de paróquias ativas e movimentos eclesiais, nos sólidos programas de catequese, na solicitude pastoral pelos jovens e nas escolas católicas, nos seminários e nas universidades. A Igreja na Coreia é estimada pelo seu papel na vida espiritual e cultural da nação e pelo seu vigoroso impulso missionário: de terra de missão, a Coreia tornou-se hoje terra de missionários; e a Igreja católica continua a se beneficiar de tantos sacerdotes e religiosos enviados pelo mundo. A memória dos mártires e das gerações passadas de cristãos, afirmou ainda o Papa, deve ser realista, não idealizada nem ‘triunfalista’. Olhar para o passado, sem ouvir o chamado de Deus à conversão, não nos ajuda a prosseguir na caminhada; pelo contrário, pode até acabar por impedir ou deter o nosso progresso espiritual.


Além de ser “guardiões da memória”, explicou o Santo Padre, os senhores são chamados também a ser “guardiões da esperança”: a esperança oferecida pelo Evangelho da graça e da misericórdia de Deus em Jesus Cristo, a esperança que inspirou os mártires. É esta esperança que somos chamados a proclamar a um mundo que, apesar de sua prosperidade material, busca algo mais, algo maior, algo mais autêntico e que dá plenitude.


Os senhores e os irmãos sacerdotes oferecem esta esperança com o seu ministério de santificação, que não apenas conduz os fiéis às fontes da graça na liturgia e nos sacramentos, mas constantemente os impele a agir em resposta a Deus.


Por isso, o Papa exortou os pastores e o clero coreanos a manterem esta esperança e a chama da santidade, da caridade fraterna e do zelo missionário na comunhão eclesial. Por isso, o Pontífice convidou os Bispos a permanecerem sempre ao lado dos sacerdotes, encorajando-os no seu trabalho diário, na sua busca da santidade e na proclamação do Evangelho de salvação. O Papa transmitiu-lhes a sua saudação cordial e a sua gratidão pelo generoso serviço em favor do povo de Deus.


O Bispo de Roma prossegue dizendo que “se abraçarmos o desafio de ser uma Igreja missionária, uma Igreja que sai constantemente para o mundo e, em particular, para as periferias da sociedade contemporânea, teremos necessidade de cultivar aquele ‘prazer espiritual’ que nos torna capazes de acolher e identificar-nos com cada membro do Corpo de Cristo.


Por isso, o Pontífice espera que este ideal continue a moldar o caminho da Igreja coreana na sua peregrinação para o futuro. Ele expressou sua convicção de que, se o rosto do amor sobressair na Igreja, os jovens se sentirão sempre mais atraídos para o coração de Jesus, repleto de amor divino.


O Papa Francisco concluiu seu discurso aos Bispos coreanos encoranjando-os, com estas reflexões sobre a sua missão e como ‘guardiões da memória e da esperança’, a fomentar a unidade, a santidade e o zelo dos fiéis na Coreia. A memória e a esperança, concluiu, nos inspiram e nos guiam para o futuro. Possam as súplicas de Maria, Mãe da Igreja, levar ao seu pleno florescimento, nesta terra, as sementes lançadas pelos mártires, irrigadas por gerações de fiéis católicos e transmitidas a todos como uma promessa para o futuro do país e do mundo.


Ao término do encontro com os Bispos da Coréia, o Bispo de Roma retornou à Nunciatura Apostólica de Seul.


Por Rádio Vaticano.

 

 

 

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