É a visita dos Bispos ao Papa e ao túmulo dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, mas também aos Dicastérios Romanos e às Basílicas principais de Roma: Vaticana, Santa Maria Maior, São João do Latrão e São Paulo, fora dos muros. Antes, cada bispo apresenta o relatório sobre o estado pastoral de suas (arqui) dioceses. Neste convívio fraterno, manifestam-se a colegialidade episcopal, a comunhão com o Santo Padre e a espiritualidade do caminhar juntos. O Papa e os Bispos são Apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo e têm por missão serem testemunhas vivas de Cristo e do seu Evangelho.

A visita é para estreitar laços de fraternidade, falar, escutar e celebrar a corresponsabilidade na missão evangelizadora da Igreja. Estar às portas do Papa e com o Papa é uma experiência de proximidade paterna com Pedro, Bispo de Roma, representante de Cristo na terra, cabeça do colégio episcopal, centro de unidade da Igreja. Esta visita dá um grande vigor ao Papa, porque significa que ele não está só na sua missão de pastor universal da Igreja. Nós, Bispos, estamos com o Papa e o Papa conosco, caminhamos como Igreja a serviço do Reino de Deus. Juntos, não nos perdemos no caminho da missão apostólica; antes, encontramos o norte da comunhão; fortalecemos o compromisso do dom de si ao amor e ao aprendizado do amor. A visita Ad Limina Apostolorum é escola que ensina a tratar com o Papa não só das coisas de Deus, mas também das realidades temporais das nossas (arqui) dioceses. O modo como lidamos com as coisas terrenas indica se permanecemos ou não no amor de Deus.

Que esta visita acenda, ainda mais, no Papa e nos Bispos o fogo santo do amor de Deus, que faz da Igreja o Corpo visível de Cristo. Maria, Regina Apostolorum, e os Santos Apóstolos, Pedro e Paulo, cujos túmulos visitaremos, intercedam por nós. Qual a importância da Visita Ad Limina Apostolorum para a Igreja? Importância! Importante mesmo é unir-se a Deus, ser um com Ele. A visita só é importante se antes estivermos unidos a Deus, ao Papa e entre nós.

É uma visita apostólica, não é turismo religioso. Para alguns irmãos no episcopado, esta visita é semelhante àquela dos que vieram da grande tribulação (cf. Ap 7, 14). Os íntimos de Deus não são poupados da cruz; antes, são mais exigidos. Jesus é o Filho amado do Pai, mas nem por isso o Pai o livrou da cruz. O Apóstolo Paulo afirma: Deus entregou seu próprio Filho (cf. Rm 8,32). Entregou, não simplesmente enviou, mas o entregou às mãos dos homens. Assim, manifestou sua proximidade e seu amor para conosco.

A visita Ad Limina Apostolorum tem sua importância para a Igreja na medida em que o dom e o dar-se de Cristo aparecem na vida e na missão dos Bispos. Na visita, não se comunicam só palavras, mas a vida real, crucificada e ressuscitada no exercício cotidiano do ministério. Esta visita se reveste de grande importância, também porque nela se partilham a graça da vocação episcopal, as cruzes da missão, as pequenas ressurreições e as orações. O amor doado e compartilhado entre o Papa e os Bispos fortalece o testemunho da fé apostólica e une a Igreja num só Corpo e num só Espírito. Ad Limina Apostolorum não é só uma visita de cortesia ao Papa, mas de Bispos dispostos a crescerem na experiência sinodal de comunhão, participação e missão - junto com o Papa. A nossa vocação é missão fraterna, orante e servidora. A fecundidade do nosso ministério depende da oração. Com Maria, Regina Apostolorum, e os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, oremos sem cessar.